Defesa de direitos trabalhistas aglutina centrais e movimentos sociais no PR

2009-03-31 00:00:00

Curitiba (PR).- Roberto Baggio, do MST, ressaltou a importância de uma reforma agrária popular, junto com outras bandeiras, como alternativas contra a crise.
No Dia Internacional de Combate à Crise e às Demissões, as bandeiras de não às demissões, redução da jornada sem redução de salários e direitos, e em defesa dos direitos trabalhistas, aglutinaram centrais e movimentos sociais, na Avenida Cândido de Abreu, centro de Curitiba. Ali ficam localizadas a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) e o Banco Central, onde foram discutidos o modelo econômico e a proteção dos direitos dos trabalhadores.
Estiveram no ato CUT, Conlutas, Intersindical, Força Sindical, CTB e CGTB, além de CMS, Assembléia Popular, MST e Via Campesina, no campo dos movimentos sociais.
Roberto Baggio, do MST, ressaltou a importância de uma reforma agrária popular, junto com outras bandeiras populares, como alternativa contra a crise. Em frente ao Banco Central, ele lembrou que as centrais sindicais e organizações de trabalhadores não podem permitir que nenhum trabalhador seja demitido. Para Baggio, a mobilização demonstrou a necessidade de unidade para o fortalecimento da classe trabalhadora e a construção de um projeto popular para o Brasil.
Zenir Teixeira, da direção da CTB, fala no preparativo de uma grande greve, de caráter anti-neoliberal. “Os trabalhadores não podem assumir o ônus da crise que os patrões criaram”, disse.
Unidade
De acordo com Mariane da Siqueira, da Conlutas, “A mobilização é importante por ser a primeira nas quais as centrais estão se unindo. Precisamos da unidade dos trabalhadores, tendo como o exemplo a França, onde os trabalhadores estão na segunda greve geral pela garantia de direitos. Como símbolo maior dessa luta, as centrais cobram a readmissão dos funcionários demitidos da Embraer e a reestatização da empresa que já foi pública”, comentou.
Para Miguel Baez, da CUT, “Os trabalhadores estão sofrendo os efeitos da crise e não podemos ficar parados. Precisamos intensificar cada vez mais as mobilizações. Por isso, as centrais sindicais e movimentos populares se esforçam para superar as divergências políticas e unificam a luta contra a crise”.
Contraponto
Helio de Jesus, da Intersindical, defende a construção de unidade, mas faz a ressalva de que deve estar calcada em uma “ação real de enfrentamento”. De acordo com o sindicalista, há uma pressão por parte dos trabalhadores na base dos sindicatos por respostas concretas contra a perda de direitos. Neste contexto, as atuações diretas estão colocadas, nos locais de trabalho e em frente às fábricas.
A manifestação terminou em frente à Assembléia Legislativa. Na parte da tarde, centrais como a Força Sindical, CUT e CTB permaneceram em frente à Assembléia Legislativa para solicitar aos deputados estaduais a aprovação do projeto que reajusta em 14,9% o piso regional do Paraná, proposto pelo governo do estado.
Categorias em mobilização
Neste mesmo período do ato unitário, diferentes categorias sinalizam mobilização. No dia 30, cerca de 420 trabalhadores do Sindicato dos Servidores Estaduais de Saúde (SindSaúde), estão mobilizados, em frente ao governo estadual, pela aprovação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos, previsto desde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), na década de 1990. De acordo com a direção do sindicato, trata-se de uma luta política, uma vez que o reconhecimento da especificidade da atividade servidor de saúde é uma garantia prevista pelo SUS.
Já o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) promete paralisar atividades no dia 31, sobretudo no setor de meio-ambiente, saúde, obras e guarda municipal. Está previsto um ato no centro de Curitiba, com a presença de cerca de mais de mil manifestantes, de acordo com a direção do sindicato.
Neste período, trabalhadores do Hospital de Clínicas (HC), no setor envolvido com a esterilização de materiais, denunciam precariedade nas condições de trabalho. A falta de climatização e refrigeração chega a levar o ambiente de trabalho a 48 graus. Como forma de protesto, os trabalhadores vêm realizando “operação tartaruga”.