Ações já chegam em 19 estados e mobilizam mais de 20 mil Sem Terra

MST
2015-03-10 20:00:00

 

As mobilizações das mulheres camponesas seguiram com novas ações em todo o Brasil durante toda esta terça-feira (10). Até o momento, mais de 20.000 Sem Terra participaram das ações em 19 estados brasileiros, com marchas, ocupações de terras, prédios públicos e agências bancárias e trancamento de rodovias.

 

Nesta terça, as mobilizações aconteceram em RS, MA, Bsb, GO, AL, SE, RN, CE, PE. Alguns estados, como RJ, SC e MG realizam ações ao longo desta semana. Nos outros dias aconteceram ações no PR, SP, BA, PB, MT, TO, ES, PI e PA, MS.

 

As ações fazem parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas, em que denunciam o modelo do agronegócio no campo brasileiro e propõem a agroecologia como alternativa ao capital estrangeiro na agricultura.

 

RS

 

Na manhã desta terça-feira (10), cerca de 800 mulheres camponesas do MST e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) ocuparam a sede da multinacional israelense Adama, em Taquari, no Rio Grande do Sul. A multinacional Adama é uma das maiores empresas de agroquímicos do Sul do país, na produção de princípios ativos de agrotóxicos para sementes, incluindo o veneno 2,4-D, que estava proibido no Brasil por ser cancerígeno. O 2,4D é um dos principais componentes do agente laranja, usado como arma química no Vietnã.

 

No final da manhã, as mesmas mulheres ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre. As camponesas seguem no órgão federal até esta quarta, quando saem em marcha pela capital com outras organizações da Via Campesina, em que esperam mais de 5 mil pessoas nas ruas. À tarde, os movimentos sociais da Via terão uma agenda com o governador do estado, José Ivo Sartori (PMDB)

 

GO

 

Nesta terça, cerca de 1.500 mulheres camponesas do MST, Movimento Camponês Popular (MCP), da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (FETRAF) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT) ocuparam a unidade da transnacional Cargill, em Goiânia. Segundo as trabalhadoras rurais, a Cargill vem estimulando o desmatamento do Cerrado e a expulsão de milhares de famílias camponesas, ao apoiar a expansão dos monocultivos de soja e cana-de-açucar.

 

AL

 

Cerca de 2 mil trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra ocupam na manhã desta terça-feira (10) agências do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste, na capital Maceió e no Sertão, nos municípios de Delmiro Gouveia e Piranhas, em Alagoas.

 

Nesta tarde, cerca de outros mil trabalhadores rurais Sem Terra do Alto Sertão de Alagoas ocupara parte do canteiro de obras do Canal do Sertão, nas proximidades do município de Inhapi. Os camponeses exigem que a água do canal chegue aos trabalhadores Sem Terra e pequenos agricultores para a irrigação de suas áreas e para toda a população das cidades para o consumo, garantindo que a água do Canal não sirva aos interesses dos latifundiários e de empresas privadas.

 

PE

 

Em Pernambuco, centenas de Sem Terra ocuparam agências da Caixa Econômica e BNB no estado. Os camponeses exigem agilidade no Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) e criticam o Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), que não atente nem contempla as necessidades das famílias assentadas.

 

CE

 

Em Fortaleza, no Ceará, 500 trabalhadores rurais ocuparam outra agência do BNB. Na cidade de Aracaju, 400 Sem Terra ocuparam uma agência do Banco do Brasil e outra do BNB. No período da tarde, representantes do MST seguem em reunião com os superintendentes dos bancos.

 

SE

 

Na cidade de Aracaju, 400 Sem Terra ocuparam uma agência do Banco do Brasil e outra do BNB. No período da tarde, representantes do MST seguem em reunião com os superintendentes dos bancos.

 

MA

 

Mais de 600 Sem Terra ocuparam a sede do Incra, na capital São Luís. Ao longo desta tarde, os trabalhadores rurais esperam a chegada de mais pessoas para se somarem à ocupação. Na parte da manhã, representantes do MST se reuniram com o superintendente do órgão federal. À tarde, se reunirão com representante do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma).

 

Os Sem Terra permanecem até esta quarta-feira (11) no local, quando sairão em marcha até o Palácio dos Leões, sede do governo estadual do Maranhão, onde pretendem apresentar a pauta da Reforma Agrária ao governador.

 

RN

 

Em Natal, no Rio Grande do Norte, as mulheres Sem Terra ocuparam o INCRA, ao reivindicarem maior agilidade com relação as famílias que estão até dez anos acampadas, além de infraestrutura, assistência técnica e capacitação técnica para famílias assentadas.

 

Bsb

 

No Distrito Federal, nesta terça-feira, cerca de 500 mulheres fizeram ato no Ministério da Agricultura em denúncia ao agronegócio. Outra ação aconteceu em frente ao Ministério da Previdência Social. As mulheres lutam por uma previdência social pública, universal e solidária. Por isso, reivindicam o arquivamento da Medida Provisória 664 e 665.

 

BA

 

Na Bahia, as 6 mil pessoas seguem em marcha desde esta segunda rumo a capital Salvador. A marcha saiu de Feira de Santana e percorrerá 116 km.

 

Abaixo, confira as ações dos dias anteriores:

 

PE

 

Na segunda, na capital pernambucana, em Recife, mais de 600 mulheres do MST, da Pastoral da Juventude Rural (PJR), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Levante Popular da Juventude e Marcha Mundial das Mulheres (MMM) ocuparam a sede do Ministério da Agricultura e a Secretaria de Agricultura do Estado.

 

BA

 

Na segunda, 150 camponeses do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) saíram em marcha até a sede do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na cidade da Vitória da Conquista.

 

AL

 

Na noite de domingo (8), em Maceió, as mulheres ocuparam a sede da superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As camponesas denunciaram o modelo devastador de produção da cana-de-açúcar e a atual intensificação da plantação de eucalipto no estado.

 

BsB

 

Nesta segunda, em Luziânia, entorno de Brasília, cerca de 800 mulheres organizadas pela Via Campesina ocuparam a multinacional Bunge. Segundo as mulheres, a Bunge é uma das empresas transnacionais que representa o capital estrangeiro na agricultura.

 

Na segunda, cerca de 420 mulheres do MST e militantes do Levante Popular da Juventude ocuparam a sede da Empresa Vale, no porto da ponta da Madeira em São Luís (MA), uma área em expansão voltada para atender o mercado da mineração. A ação denunciou os impactos socioambientais provocados pela duplicação do complexo mina-ferrovia-porto. Segundo os Sem Terra, o projeto tem agredido violentamente aos povos e comunidades tradicionais, acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária a partir do saque dos bens naturais, desrespeito aos direitos humanos, apropriação, especulação e concentração de terras.

 

PR

 

O estado do Paraná com foi palco de diversas lutas protagonizadas pelas mulheres do campo, em várias regiões do estado, nesta segunda-feira (9). Na região centro, cerca de 700 mulheres de diversos assentamentos e acampamentos do MST, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Via Campesina ocuparam a BR 277 junto a praça de pedágio de Nova Laranjeiras. Depois, mulheres também realizaram um ato em frente ao Núcleo Regional da Educação em Laranjeiras do Sul. Outras 200 mulheres do MST ocuparam a prefeitura de Cascavel, oeste do estado, para entrega de pautas como educação, saúde e infraestrutura.

 

PB

 

Cerca de 450 mulheres do MST ocuparam na manhã desta segunda-feira (9) o Engenho da Usina Giasa, no município de Pedra de Fogo, na Paraíba. No período da tarde, enquanto os homens ajudavam a montar o acampamento no local, as Sem Terra se juntaram com mulheres de outras organizações e ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em João Pessoa. Ao todo, mais de 650 camponesas participam da ação.

 

MT

 

No Mato Grosso, depois de marcharem pelo município de Cáceres na manhã desta segunda-feira (9), cerca de 300 mulheres do MST ocuparam a Fazenda Rancho Verde no mesmo município, a 220 km de Cuiabá.

 

RN

 

No Rio Grande do Norte, as mulheres Sem Terra trancaram cinco rodovias, na região de João Câmara. Cada travamento contou com cerca de 200 camponesas. Na terça-feira (10), elas se somarão a outros integrantes do Movimento e seguirão para sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para discutir pautas relacionadas aos assentamentos da região, como a construção de escolas e postos de saúde.

 

ES

 

No Espírito Santo, cerca de 1.000 mulheres de diversas organizações do campo realizaram uma marcha pela cidade de Colatina. Durante a ação as camponesas bloquearam a rodovia ES 259, em direção à capital. Outras 100 famílias ocuparam a Fazenda Nossa Senhora da Conceição, próximo a Linhares.

 

PI

 

O balão da BR 316, na cidade de Picos, no Piauí, se converteu numa grande escola, chamada “escola do asfalto”, organizada pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e o Levante Popular da Juventude. O objetivo foi denunciar o sucateamento das escolas no campo nos últimos anos, quando foram fechadas mais de 37 mil escolas na zona rural.

 

TO

 

No Tocantins, mais de 250 mulheres trancaram a Rodovia Belém Brasília (BR 153), na cidade de Guaraí.

 

PA

 

Na Pará, as Mulheres do MST realizam atividades desde o dia 5 de março. Na ocasião, as Sem Terra, junto a outros representantes de movimentos sociais, militantes de partidos de esquerda realizaram um ato público em apoio à Venezuela e o lançamento do vídeo “Meu Amigo Hugo”, do diretor de Oliver Stone, que narra a vida do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, no Cine Olympia, em Belém.

 

Em Marabá, sudeste do estado, cerca de 300 mulheres do MST realizaram um encontro de formação entre os dias 6 a 8 de março, sobre a realidade das mulheres camponesas nas regiões sul e sudeste paraense. No sábado foi realizada a feira agroecológica numa praça no centro da cidade, com comercialização de produtos produzidos nos assentamentos e acampamentos da região. Neste domingo (8), na capital, as camponesas realizaram junto com outras organizações feministas, uma caminhada pelas ruas contra a violência, por direitos e pelo plebiscito popular.

 

SP

 

Na quinta-feira (5) passada, cerca de 1.000 mulheres do MST ocuparam a sede da empresa Suzano/Futura Gene, em Itapetininga (SP), com o objetivo de barrar a votação que liberaria o cultivo de eucalipto transgênico no Brasil. Paralelamente, outras 300 camponeses ocuparam a própria Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), onde estava tendo a reunião que liberaria o eucalipto.

 

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