Jubileu Sul /Américas por ocasião da 5a. Reunião Ministerial da OMC

2003-09-10 00:00:00

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Por um Milênio Sem Dívidas nem Exploração
Não ao Livre Comercio! Não à Dívida externa!
Sim à VIDA e à Soberania Popular!

A Campanha Jubileu Sul /Américas por ocasião da 5a.
Reunião Ministerial da OMC, Cancún, entre 10 e 14 de
setembro de 2003, vem aos ativistas, militantes de todo o
mundo, em particular aos do Sul do Mundo (África, Ásia,
América Latina e Caribe) manifestar seu repúdio à
mercantilização de todas as esferas da vida que está em
jogo nos debates a ser travados nestes dias. Percebemos
que se encontra em curso uma clara integração das
políticas de ajuste do Banco Mundial, BID e FMI com os
debates na OMC e o ALCA, visando a harmonização das
políticas econômicas domésticas e internacionais, em
especial a financeira e comercial, nos termos
neoliberais. Cada vez mais estas políticas caminham para
que as economias nacionais se abram para os investimentos
estrangeiros e, ao mesmo tempo, garantam o fiel e
contínuo pagamento das dívidas externa e interna. Nos
amaram por todos os lados para manter as finanças como o
eixo central da economia. Estando as finanças ancoradas
em moedas como o dólar e o euro, fica impossibilitado o
projeto soberano de desenvolvimento e as políticas
capazes de realizá-lo. Nos amarram também com políticas
de "guerra preventiva", militarização de nossos países e
criminalização do protesto social.

A ideologia liberal prega que o livre comércio leva ao
crescimento econômico. A história recente mostra que o
jogo entre desiguais favorece os países desenvolvidos
gerando ainda mais pobreza, desigualdade e injustiça.

O dogma inquestionável do pagamento da Dívida Externa
passa por cima dos direitos humanos e soberanos das
pessoas e dos povos. O FMI e as suas políticas de
(des)ajuste têm provocado verdadeiras invasões
neocoloniais, como no caso da Argentina, Equador e
Brasil. Não podemos estar submissos aos acordos do FMI,
que dizem o que os governos podem gastar ou não com
políticas geradoras de trabalho e medidas sociais. A
Divida Externa é um veto e constrangimento constante ao
desenvolvimento socioeconômico soberano das nações do
Sul. Há dois séculos nossas economias dependem das
divisas das exportações. Nossos paises passaram a ser
além de exportadores de banana, carne, açúcar, aço,
cobre, soja, petróleo, etc exportadores de dinheiro.
Pagamos as dividas, pagamos a transferência de lucros das
empresas estatais privatizadas, pagamos os dividendos de
quem "investe" nas bolsas de valores de São Paulo, Buenos
Aires, Caracas etc. O FMI, BM, BID, os Governos do
Norte e suas transnacionais têm imensas dívidas sociais e
ecológicas com os países e povos do Sul, as mesmas que
são incrementadas com os tratados de livre comercio, como
a OMC, ALCA. Exigimos parar o saqueio de recursos
naturais e financeiros do Sul ao Norte. Exigimos que
esses organismos e corporações sejam sancionados,
restaurem os danos causados e restituam aos afetados.

Basta desta sangria! Por Soberania, por trabalho,
moradia, reforma agrária!
Não à divida, à militarização, à ALCA/OMC
Sim a Vida!

JUBILEU SUL/AMÉRICAS
Por um Milênio Sem Dívidas nem Exploração